segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A idade da razão na fronteira da cultura

Sempre

me interessou o individualismo de fronteira; do chucro, do macho e da fêmea rude, que se sente o parâmetro da experiência do mundo. Que age como se o mundo fosse isso mesmo, "o que o meu olhar alcança". De gente que nasceu antes das sociedades onde vivem. Eu por exemplo nasci três anos antes que a cidade onde nasci.

Esse individualismo, segundo o sociologo francês Louis Dumont é do individuo-fora-do-mundo, que se sente a parte e nesse caso anterior à sociedade política. Isso é a fronteira....

Esse individualismo é diferente do que aquele pregado pelo mundo burguês - o que Dumont chama de o indíviduo-dentro-do-mundo. Mas os dois no contexto de fronteira se entremesclaram, de modo profundo, nos últimos anos.

Meu pai é um desses homens de fronteiras e ele votou no Montanha porque disse que o Lula tirou toda a capacidade individual das pessoas: ninguém mais faz nada, o governo é quem faz. Mas aí existe um equívoco sobre o que é a comunidade política.

Na verdade, nós que alcançamos a idade da razão na fronteira, quando do neoliberalismo, apoiamos o FHC. Isso nos parecia bom (afinal para nós nunca houve sociedade, só individuos; no que a inglesa aquela nos copiou).

Um erro que só foi corrigido pelo governo do barbudo esse (meu pai disse que não gosta do Lula, diz que aquela barba não é coisa de macho). Lula nos inseriu, levou-nos para a comunidade política brasileira. Nos disse que a nação não é coisa de ação de cada qual, mas sim a ação de todos em prol de um objetivo comum. Enfim, que sem projeto não país, nem outra porra qualquer nesse nosso mundo.

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