quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ciência animal tropical III e IV



Professor Rafael,

há algum tempo abri um jornal do Pará de 1994 e li:

"Um pescador morreu ontem à noite na Bahia do Guajará, próximo a Belém, asfixiado por uma sardinha. O pescador José João da Silva morreu no Hospital das Clínicas depois de ser levado inconsciente à emergência do referido hospital. O pescador morreu de asfixia provocada por peixe da espécie Sardinops ocellta, conhecida popularmente como sardinha. Os seus companheiros de pescaria disseram à polícia que estavam pescando e as sardinhas começaram a pular sobre o barco. Uma delas teria entrado certeira na cavidade bocal de José João. A autopsia encontrou o peixe bloqueando as vias respiratória superiores do pescador. Os pescadores estavam pescando na piracema". (Jornal O liberado, p. 04, 01 de abril de 1994)

Meu pai que sabe muito de pescarias me disse quando eu lhe contei a notícia, "elas fazem coisa pior." Ele me contou que em Borba, na margem esquerda do rio Madeira, um médico teve que operar um moça às pressas porque ela chegou no postinho "com um sardinha escodida na, como se diz, buceta". Eu olhei para ele com uma cara desconfiada e ele respondeu "é, mas eu vi a chapa." O que me fez pensar: no caso do pescador de Bélem, o que aconteceu foi um ato de resistência das sardinhas contra a opressão imperialsita dos pescadores paraenses: um atentado terrorista. No caso da sardinha da moça, foi suicídio mesmo.

Att

Prof. Dernival

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